TOSQUIA
Eram pastores
Quando se encontravam
Juntavam seus amores
E iam para o prado,
Nela subiam-lhe rubores,
Nele crescia o cajado
E amorosos suores!
O Sol já ia dormir,
Do prado acabaram por se vir,
A casa chegaram tarde
-quase à ora de ceia-
Ela –já cheia-
Para comer sem vontade,
Do gado ele arrumou guizos,
Pôs o cajado em sossego
E com pensamentos perdidos
Dormiu a noite do medo.
A noite durou nove meses,
Mas da longa noite se fez dia,
Como se faz todas as vezes
Quando nasce nova alegria
Novo amor
Que-um dia-
Se fingir de carneirinha,
Já com sua lã comprida,
Terá seu tosquiador,
Que da lã tosquiada
Fará linda roupinha
Para menino ou menina!
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Autor:Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar
. Costa: