Na recordação do meu olhar
Ficaram carícias de gestos
Alegria de falas,
Teus actos honestos
Quando me ajudavas!
Na recordação do meu olhar
Ficaram caminhos apontados
E estrelas para me guiar,
E mesmo que estrelas se apagassem,
Que caminhos se entortassem,
Tu lá estavas, .....a vigiar!
Na recordação do meu olhar
Ficou ficou fogo de artificio;
Pingos celestiais,
Que iluminam vidas da amargura
Se não como a tua vivida!
Na recordação do meu olhar
Não imaginas a falta de ti,
Para me ensinares a dar a outros
O que de ti aprendi.
Na recordação do meu olhar
Procuro-te, incessantemente,
Para em mim guardar teu olhar,
teu falar, teu amar, eternamente!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
Hoje, saí de mim, montei em rajadas de vento, fundi-me em raios de luz, a noite foi meu capuz, o despertar minha aurora. Hoje, saí de mim; do meu mundo, andei pelo mundo dentro, mas por fora! Desci ás profundezas dos poços, subi por ressonâncias, fui essências e fragrâncias, espalhei-me pelo infinito, vi maravilhas do Ciador, mas quem? quem é o Criador e de quê? Nada sei ao certo, só sei que não fui autor do meu projecto! Alguém, foi meu arquitecto, que me deixou porta de saída, donde sai meu espírito e vida! Hoje, aí de mim, andei por aí, Bem e Mal vi; tudo o que compõe a vida, mas nada sei do meu autor! Quem? Ah, sim, foi coisa ou alguém, há quem diga qu foi este, outros dizem que foi aquele, não, nada sei, apenas sei que hoje por muito lado andei, eu, que do nada fui feito e que ao nada voltarei! Vi bela obra, mundo perfeito, mas nada sei do seu autor, que fez o mundo e de mim um estupor! Depois de regressado a mim fiquei quieto! Talvez seja assim que, no meu corpo e espírito, descanse meu arquitecto, absorto, em activo pensamento, para decidir se deve fazer em mim; no seu projecto, um novo aditamento! .................xxxxxxxxxxxxxx............ Autor: Silvino Taveira Machdo Figueiredo Gondomar Nota do autor: Nas escavações arqueológicas de mim encontrei este poema, escrito em...tempo ido, mas que ainda vive comigo! Figas |
Dizem que há biliões de seres humanos, não sei, não os conheço! Dizem que há milhares de cidades, talvez, mas não os conheço! Dizem que há milhares de rios, montes, montanhas e vales, talvez, mas não os vi! Sou um ser limitado, unipessoal, limitado a mim e conheço-me mal! Quando vou ao médico, ele diz: "Alegre-se. Você está vivo" Talvez, mas de mim muito esquecido! Se não sei de mim não posso saber do Mundo! Meu mundo está por descobrir! Bom navegador, no meu oceano, está para vir! ....................xxxxxxxxx.................. Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo Gondomar |
Cometas; sobras ou inícios de mundos, mistério em interrogação, cientistas entretidos que, com vidros polidos, olham espaços infinitos e buscam astros esquisitos. Estes sábios, pensantes, sabem tanto como dantes! Verdade, que vem do alto ou de abismal profundidade, como vozes e sinais, mostra ao Homem que nada sabe e que é como os demais animais! Entretêm-se, brincam com tretas, vendo a origem dos cometas! Usam lentes de alcance enorme, mas nem com poderosas lunetas vêem que meio mundo morre de fome! São sábios ceguetas, que só vêem cometas! ..................xxxxxxxxxxx.................... Autor: Silvino Figueiredo Gondomar |
OPA SOBRE O SÉMEN Dizem que o sémen dos homens está a enfraquecer! que ameaça o destino da Humanidade, eis uma grande oportunidade de enriquecer quem do seu vender, à gota, com certificado de qualidade! Ninguém se admirará se Belmiro d' Azevedo fizer uma OPA sobre o bom sémen que ainda há! Daqui para a frente, quem usar preservativo, não o deite fora depois de usado, quem sabe, se reciclado, não dará gente, se o sémen for certificado! Deve ser guardado, congelado, metido em cofre forte, (bom sémen estápela hora da morte9 para depois poder ser usado para ser da vida suporte! Dos países ricos fraco é sémen! dos pobres é mais forte, então há que importá-lo do Yémen tanto do sul como do norte! Se o nosso é tão fraco, tão mau, então há que tomar medidas, protegê-lo, não gastá-lo em "punhetas de bacalhau" e aproveitá-lo para vidas! .............xxxxxxxxxxxxxx............. Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo figariano@sapo.pt figas de saint pierre de lá-buraque |
LEMBRAR A DEUS É PRECISO? Mandam-me rezar Quantas vezes não me mandam rezar?! Mas rezar é pedir, Negociar um milagre, Pedir saúde, Dinheiro, Um subsídio Ou outra coisa qualquer! Mas então Deus não sabe o que a gente quer? Será que Lhe lembrar é preciso? Rezar é comerciar? .............XXXXXXXXXXX................... Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo figarinao@sapo.pt figas de saint pierre de lá-buraque DR/SPA nº 15727 Gondomar-PORTUGAL |
Quando nasci, sim, era um lindo menino, minha mãe o dizia, mas eu nasci sujo, não era um poema, não era poesia, mesmo que nascido ao levantar do sol tiveram que me lavar à luz do dia ou à luz do luar! Nunca fui puro, andava sempre a tomar banho, não admira vim dum lanho escuro, cresci subindo pelas manhãs, desci pelas tardes, corri ao arco, fui aos ninhos, ia aos grilos, encantava-me com luares, cheirava flores, no mato encontrava amores, andava em zaragatas, dava e levava, dei pontapés na bola, rachei a tola! Gostava de ler, de aprender, viajei pelo mundo! Sim, muito pelo mundo voei! Aprendi? Sabei que gosto de animais. Em casa afago meu cão, seu nome: "Mundo" ................xxxxxxxxxxxxxxxxxx............... ...... Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo (figas de saint pierre de lá-buraque) Gondomar |
Minhas mãos vão tremer! Minhas pernas cambalear! De pé mal me aguentando! Todo eu a fraquejar! Todo eu fraquejando! Quase que nem pensando E já muito mal pensado! Cada vez mais fracote, e com dentes postiços, como visão e audição postiça ouvirei: "Coitado do velhote!" Ficarei como um robô, como pelo programador programado, até que me acabem as pilhas e me lancem à pilha, para ser reciclado! Depois? bem, depois quem souber que escreva o próximo capítulo, que eu não fui autor do meu projecto nem de aditamento sequer! ..........xxxxxxxxxxx................ Nota: Acho que já estou na fase do robô, mas meus netos chamam-me avô! ----------xxxxxxxx---------- Figas |
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A Natureza expulsou-me dum ventre e deu-me vida como sorte, mas a Natureza, lentamente, vai-me empurrando prá morte, depois, meu corpo, de vida não mais dono, será como folha; filha de Outono e, como de costume, será apenas estrume, que novamente dará vida, dum ventre, novamente, saída! É a vida!" ..............xxxxxxxxxxxx.................... Autor deste original inédito: Silvino Taveira Machado Figueiredo (o figas de saint pierre de lá-buraque) Gondomar |
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