Terça-feira, 22 de Março de 2011
Corações aos zig-zags
Tirei carta profissional,
Para ligeiros,
Pesados com atrelados,
Fiquei com conhecimentos
Das diversas manobras
E movimentos
Para pisos secos e molhados,
Mas, muitas vezes ,
Ao volante,
Rodando sobre vários pavimentos,
Despito-me e atropelo sentimentos doutro coração,
Só sei guiar carros,
Mas com o coração me esbaro
Ou porque alguém vem em contra-mão
Ou me encandeia olhar!
Guiar, eu bem guio
Qualquer carrro ou camião,
Mas infelizmente,
Não sei guiar meu coração!
Já procurei uma escola
Mas de carros ensinam mecânica e código,
Mas como guiar um coração não ensinam nada!
O meu, de repente,
Sem jutificação,
À esquerda ou à direita dá guinada,
Sai da estrada e contra outro coração há colisão,
Sentimentos ficam feridos
Espalhados pelo chão!
A verdade é que,
Com acidentes o corridos
Nas colisões entre corações
Não há indmenização,
Porque, toda a gente sabe,
Que qualquer coração
Não tem carta de condução
E anda por aí em zig-zag!.
Quem ensina corações a guiar,
Sem guinadas?
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar
Segunda-feira, 14 de Março de 2011
Um ponto
..
Dois pontos
a, b, c,
algumas letras;
são riscos,
riscos mágicos de entendimento,
porém entre si diferentes!
Porque inventaram tanta escrita?
portuguesa,
chinesa,
indiana ou sânscrita?
Que invenção tão pouco prática!
Para quê tanta grmática,
tanto tradutor?!
Não sei quem foi o autor,
mas dá para imaginar que
que quis dividir para reinar!
É que no mundo há muita língua,
mas de entendimento muita míngua!
Quem criou o mundo
já o criou regionalizado,
cada nação,
cada Continente com sua religião
e cada um para seu lado!
E Deus é louvado
por dividir as gentes,
embora queiram um mundo globalizado,
mas com muitas regiões rezando o Pai-Nosso,
emperrando, quase sempre,
naquela parte do venha a nós o que é vosso!
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ASutor: Silvino Figueiredo
(o figas da saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
Nota: Poema lido no "Púcaros Bar, em 31/05/2000
Quinta-feira, 10 de Março de 2011
Hoje não como
Hoje não como papas,
Também não como bolos,
Alguém já tudo roubou
Para enganar tolos!
Que hei-de comer, então?
Comer sonhos e ilusôes,
Que são a fartura desta nação!
...........xxxxxxxxxx.....................
Autor: Silvino Figueiredo
Gondomar
Terça-feira, 8 de Março de 2011
My land,
leaned over the river,
Mirror of beauty
That reflects the gold
And silver arts,
And forests shades,
Spirit of people
Working land;
Experts in fine handicrafts,
Hearts and souls shaking hands!
Its river,
With curves like filigree,
Roots of Port Wine,
Under a Dom of shines!
My land is a treasure!
Its river a wonder,
Not far!
Come to my land,
Come to Gondomar.
Let your dreams to fly.
When you say goodbye
Perhaps regrets stay in your heart,
Then,
the solution is: Come back.
Come to my land,
Leaned over the river;
Of beauty a fever!
…………xxxxxxx…………….
Author: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
Segunda-feira, 7 de Março de 2011
| « em: Hoje às 23:24:02 » | Citar |
Não há emprego, vem o medo!
Não há pão, vem a aflição!
Não há dinheiro, vem o desespero!
Vem a doença, não há remédios!
Vem Domingo, não há missa!
O que há é crise de poucos muito ter
e muitos nem para comer,
mas, oh, que felicidade,
é tempo duns senhores;
comendadores fazerem caridade,
que em palácios recebem comendas,
depois fazem caridade de alguns cobres,
algumas patacas aos pobres,
como prendas para tendas ou barracas!
graças à crise,
boa para senhores,
transformados em "bons" comendadores,
em estupores!
.................xxxxxxxxxxxx.....................
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
| « em: Hoje às 23:24:02 » | Citar |
Não há emprego, vem o medo!
Não há pão, vem a aflição!
Não há dinheiro, vem o desespero!
Vem a doença, não há remédios!
Vem Domingo, não há missa!
O que há é crise de poucos muito ter
e muitos nem para comer,
mas, oh, que felicidade,
é tempo duns senhores;
comendadores fazerem caridade,
que em palácios recebem comendas,
depois fazem caridade de alguns cobres,
algumas patacas aos pobres,
como prendas para tendas ou barracas!
graças à crise,
boa para senhores,
transformados em "bons" comendadores,
em estupores!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
Domingo, 6 de Março de 2011
| « em: Março 04, 2011, 18:56:36 » | Citar |
Deus
Já um pouco velho,
De ser Deus único já cansado,
Decidiu,
Para se entreter,
Arranjar um biscate de reformado para
Aumentar seu ordenado!
Foi às Finanças,
Para ser inscrito
E, com a devida autorização,
Investir e iniciar a exploração
em qualquer ponto do Infinito!
Deus,
Chegado a um ponto,
.....pronto,
criou o Mundo,
com um jardim,
onde cultivou flores de esperanças para
abastecer o mercado,
enfim,
para se entreter do ócio de reformado!
Todavia,
Como ao Paraíso fazer manutenção era preciso,
Deus colocou na imprensa sideral
Um anúncio num jornal,
Onde,
Para cuidar do jardim precisava dum casal
Para tratar do quintal
Onde havia muita fruta,
Mas com cuidado,
Com muita atenção,
Porque havia uma condição astuta!
Porém,
Deus, como “bom patrão”,
Não deu formação profissional!
Não desperdiçou capital!
Adão e Eva,
Único casal candidato,
Em busca do primeiro emprego,
Amandaram-se sem medo,
De nada sabiam,
E do que viam tudo comiam,
Achavam coisa natural,
Não conheciam regras de dieta
Nem da divinas tretas!
Mas foi um caso chato!
Por Deus castigados,
Expulsos,
...odidos e mal pagos
e sem direito a subsídio de desemprego!
Deus não era cego,
Mas, afinal,
Não tinha feito um mundo perfeito,
Obrigou Adão e Eva,
E seus descendentes,
A trabalharem nos “acabamentos”,
Mas, a cada erro cometido,
Deus obrigou-os a pagar por cada pecado
E a mostrarem-se arrependidos!
Não havia Democracia,
Deus tudo decidia,
Perdoava ou castigava
Mas sempre se divertia!
Os filhos de Adão e Eva
Têm pensado em organizarem-se num grande
E universal sindicato,
Mas logo Deus só permite o poder do
Omnipotente Poder da
Mundial Confederação do Patronato!
Quando os filhos de Adão e Eva,
Pensam em fazer manifestações
E reivindicações,
Logo aparece alguém,
Que em nome de Deus,
Que a todos só quer bem,
Diz: (com voz doce)
-“Meus Filhos.
Vá lá. Acalmem-se.
Nada de manifestações.
Nada de reivindicações.
Rezem.
Rezem muitas orações,
Ide a Fátima, com fé.
Se não tiverdes dinheiro para bom vinho,
Tende paciência,
Bebei água-pé.
Valha-vos Deus”
Os filhos de Adão e Eva então perguntam:
-“ Porque é que Deus não fez um mundo só para ele e para os seus e não deixa em paz os ateus?”
O que não está certo,
Moralmente incorrecto,
É Deus fazer um mundo imperfeito,
Inacabado,
Pôr nele os homens a trabalhar
E viver de cada pecado cobrado!
E o Mundo,
Por Deus orientado,
Está neste estado!:
Como Ele quer!
Se algo está mal,
O Homem é que é, sempre,
Por Deus culpado!
Embora Deus
Não tenha acabado do Mundo sua construção,
Exige que o Homem o faça
E nele viva com perfeição!
Felizmente,
Que o Homem já percebeu que,
Com um Deus arquitecto,
Já um pouco velho,
De ser Deus único já um pouco cansado,
Por mais que faça,
O Mundo nunca estará acabado
E haverá sempre alguém;
Deus e outros a viverem do Pecado!
.................xxxxxxxxxxxxxxx...............................
Autor deste inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar-PORTUGAL
(feito em 22/04/2001 e lido num dos armazéns da marginal, em Gaia,
num sessão de poesia, organizada pelo saudoso Dr. Fernando Peixoto, a quem dei uma cópia) Tags: Poesia ateísta
Terça-feira, 1 de Março de 2011
Poema material
85 de peso,
Um e setenta três de altura,
Muita massa corporal,
Mas,
Para que serve, sobre ossos,
Tanto material?
Porque vendo bem,
Pondo-me a pensar,
O melhor bem,
Que de mim vem,
É apenas o meu olhar!
Que me dá o ver,
Que me dá o sentir,
Que me faz chorar
Que me faz rir
E se fechados dormir,
Até que um dia,
No meu material fechados,
Não conseguem abrir,
Eu fico sem sorrir
Só material para destruir!
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Autor: Silvino Figueiredo
(o Figas de St. Pierre
de Lá-Buraque)
Gondomar