Como janelas,
Com sentimentos debruçados nelas,
Vendo para todos os lados!
Deixarão de existir olhos redondos,
Amendoados
Ou olhos em bico.
Ter olhos quadrados será mais bonito
E liga bem com o quadrado do Homem,
Que, tendo, até agora, olhos redondos
Tem a mente quadrada!
Além disso,
Olhos quadrados dispensam sobrancelhas
E pestanas,
E no canto do olho não ganham remelas,
Porém,
Olhos quadrados podem usar cortinas
Ou persianas, vendo tudo entre elas
Sem abrir as janelas!
Mais do que nunca,
Neste mundo desconfiado,
É preciso ver ao quadrado!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
Barco de papel feito por Sofia
Alguém, que do mar bebia
Versos de fantasia, era a Sofia,
Como barcos de papel,
A vogar no mar,
E no regresso,
Ao porto da sua mente,
Descarregavam azúis-turquezas,
Brisas e maresias
E com com eles fazia versos,
Poesias de encantar a gente,
Que são, de poesia,
Um mar, para nele,
como uma bóia poéica,
Nadar vogar!
Quem do mar versos bebia
E poesia fazia era a Sofia,
Que, agora, sentada em seu jardim,
Olha o mar da eternidade, sem fim!
Mas, de vez em quando,
Uma onda; um poema do seu olhar,
Chega até nós para nos encantar!
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Autor deste original inédito:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
Que calor!
Que calor!
Meu transpirar enche o lagar,
Que outrora era para a cozedura do vinho,
Mas agora depósito da minha gordura
Onde cai gota a gota, devagarinho!
Que calor!
Que calor!
Que fazer?
Ir para junto do meu amor?
Oh, mas ele também está a arder!
Que fazer?
O melhor
É ir com ele para a cama
Sob lençóis fresquinhos
Para a gordura arrefecer,
Manejando o amor com doçura
Para a ternura em nós crescer!
Que calor, amor,
Temos que trabalhar para emagracer!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
Sou só um,
Mas muitos me governam,
Passo muito jejum
Mas eles é que me depenam
E se governam!
Quem governa muito promete,
Mas eu sou só um
A quem o prometido se esquece,
Mas eu, que sou só um,
Se com a minha vontade maioria fizesse
Então, um dia, daria cabo dum
Para que o prometido não esquecesse!
Mas a mim; uma pessoa,
Que sou só uma,
A quem não dão importância alguma,
Muitos me governam e me depenam,
Deixando-me sem asas para voar,
Ficando pregado ao chão, a jejuar,
Vendo quem me governa
As mãos estender,
Para continuar a me depenar!
Eu sou só mais um; um depenado!
Quem me governa tem muitas plumas,
É muito emplumado!
Eu, apenas, já sem asas;
Um desasado!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Figas e Saint Pierre de Lá-Buraque
Gondomar
Passo por eles
Passo por eles,
Eles são muitos,
Mesmo muitos,
Com rostos variados,
Com bocas e olhos buscantes!
Todos têm identidade,
Mas eu não os conheço,
Preservam sua privacidade,
Têm esse direito,
Está na Constituição,.
Mas a Constituição não tem restaurantes!
São muitas as bocas
E olhos por pão buscantes,
Estendendo a mão à caridade,
Mas escondendo a identidade,
Apenas gente,
Que talvez conheça o Presidente
Que zela pela Constituição,
Mas a Constituição não tem restaurantes
Nem a Assembleia dá ceia
A olhos.............e bocas
Buscando pão!
E são muitos, mesmo muitos,
Mas os deputados
Não são nossos criados,
Não servem à mesa,
Estão apenas ocupados
A comer de bons ordenados
As boas sobremesas,
Depois arrotam leis,
Que vós bem sabeis,
E que vos levam à rua,
Com bocas e olhos por pão buscantes,
Direito que está na Constituição,
Mas a Constituição não tem restaurantes,
E a Assembleia só tem deputados enfartados,
Que, de vez em quando, arrotam esperança
De que, um dia,
Todos encherão a pança!
Esperem, como eles, sentados!
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Autor deste original:
Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
HIC...HIC...BA...UR.P. Hoje estou empenado não e s c r e v o direito! Talvez esteja com os copos! Mas é fixe! Hoje..... A posia que se fôda Que se lixe!! Hic....hic...ba....ur...p. Hoje A escrita é D e es guelha! Afinal, na vida Há dias de carnaval Hic...hic.... bar...ur.p. Hoje é um deles!!! Es tou m a s c a r a d o! Pareço quem nesta máscra de camafeu? Ah mas mesmo de esguelha Mesmo disfarçado Sou sempre eu Hic....hic...ba...ur. p. ………………………………XXX…………………………………….. Silvino Figueiredo (figas de saint pierre de lá-buraque) Gondomar |
Um dia
hei-de ser poeta
não agora porque ainda matéria
mas um dia
quando a matéria desintegrada
heide-se ser poeta num raio de sol
num sopro de vento
numa estrela, a brihar
numa onda do mar
no desabrochar duma flor.
Hei-de ser poeta
sem secrever um único verso
mas, assim
todo desintegrado
vós me sentireis por perto
está quase.
A poesia não se vê
sente-se!
Hei-de ser poeta
está quase.
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Autor: Silvino Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
Arranjem asas
Nasce o dia, abre-se a boca,
abrem-se os olhos, boceja-se,
vêem-se casas a serem feitas;
jaulas perfeitas para a vida,
como muitas paredes.
depois de prontas
alguém vai para lá morar,
e fingem que vivem a vida,
mas a vida não se vive numa casa,
vive-se fora dela,
onde há ar para se voar,
mas há quem teime,
dentro de paredes fechadas
querer voar,
infelizmente, ainda não há asas
para voar dentro de casas!
só em sonhos se podem arranjar!
Arranjem asas.
saiam das paredes fechadas
façam do vosso corpo um aeroporto
rolem pela pista da imaginação
levantem voo, em boa companhia;
que seja remédio e arte contra todo o enjoo!
Podem usar as asas da TAP!
Sonhem, porque acordados
estão sempre aterrados!
Levantem voo.
Voem alto no azul de Portugal.
Arranjem asas
Para voar sob azuis marinhos,
Afinal, é preciso treinar
para ir ao encontro dos anjinhos.
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
DE ASA CAÍDA
Em jovem, andava no ar,
Estranha força me impelia,
Fazia que fosse sempre a aviar
Qualquer coisa que fazia!
Depois comecei a aterrar,
A andar mais pelo chão,
Tendo mesmo que parar
Para descansar o coração!
Agora, meu andar é devagar,
A tal força já enfraqueceu,
Deixei de ser o que fui eu!
Dizem que esta é a lei da vida:
Em novo andar a voar no céu,
Em velho ser anjo de asa caída!
É a vida!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
. Costa: