Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2011
EM BUSCA DAS AURORAS
José González Collado
EM BUSCA DAS AURORAS
Um poeta é um pescador de estrelas.
Caçador de luares.
Faz emboscadas às auroras.
Funde-se nos sóis poentes
E é onde em todos os mares.
Nele o sonho dorme acordado!
O poeta é o autor da letra de todo o fado!
Lavrador que lavra em terrenos de desespero
e de dor
Para semear poemas de esperança e de amor,
Que dele esperam, a todas as horas.
Por isso,
É que um poeta é pescador de estrelas,
Um caçador de luares
que faz emboscadas às auroras!..
Autor:Silvino Figueiredo
17 Novembro 2005
in progressogondomar.com
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Sexta-feira, 11 de Fevereiro de 2011
UM DEIXA ANDAR
Victor da Silva Barros
UM DEIXA ANDAR
Fogo por todo mundo,
água por toda a terra,
vidas no fogo a queimar
ou na água a navegar!
Os deuses,
esses estão-se a guerrear
ou a passar férias;
num deixa andar!
Silvino Figueiredo
Publicada por Galeria Vieira Portuense em 09:56
Etiquetas: SILVINO FIGUEIREDO (O Figas), Victor da Silva Barros
Terça-feira, 8 de Fevereiro de 2011
TU NÃO SABES O VALOR QUE TENS!
José González Collado
TU NÃO SABES O VALOR QUE TENS!
Tu não sabes o valor que tens,
mas eles sabem, e tu sabes quem!
Eles sabem que tens bons braços e
boas mãos!
Tu não sabes o valor que tens,
mas eles sabem, e tu sabes quem!
Eles sabem que tens bom lombo;
(quanto mais largo melhor!)
Tu não sabes o valor que tens,
mas eles sabem, e tu sabes quem!
Eles sabem que tens boas pernas e pés!
Tudo isso eles sabem!
Usam-te para construírem um novo
mundo velho!
Tu não sabes o valor que tens,
mas eles sabem, e tu sabes quem!
Eles só vêem teus braços, tuas mãos,
tuas costas (quanto mais largas melhor)
tuas pernas e pés!
Fazem de ti um número,
um aparelho,
só isso lhes interessa!
Por mais evidente que seja,
por mais evidente que pareça,
eles não vêem nem contam com
a tua cabeça!
A tua cabeça não lhes interessa!
Tu não sabes o valor que tens, mas
bom seria que aprendesses a
não mostrares teus braços, tuas mãos,
tuas costas, pernas e pés, mas sim,
antes, mostrares, primeiro, o que és:
Mulher ou Homem, que outros não comem!
Autor: Silvino Figueiredo
Lido pelo autor e Eduardo Roseira
Publicada por Galeria Vieira Portuense
Quinta-feira, 3 de Fevereiro de 2011
POR QUE TEMPO NOVO CHAMAIS?
Victor Silva Barros
POR QUE TEMPO NOVO CHAMAIS?
Por que chamais ano novo
ao tempo que é tão velho,
como tão velho é o fogo
e a água fazer de espelho?
O tempo por nós não passa,
nós é que por ele passamos
e nele deixamos marca
no tempo que lhe gastamos!
Mas se, como diz alguém,
o tempo tem sua idade,
então, meditando bem;
Lar da Terceira idade
é a Terra, na idade que tem,
a rodar na eternidade!
Mas, pergunto eu, de novo:
porquê
chamar novo ao velho,
se tão velho como fogo
e a água como espelho?
É que tempo não tem tempo,
porque tempo não nasceu,
mas sabemos todo o tempo
que cada um tempo viveu!
Silvino Figueiredo
Publicada por Galeria Vieira Portuense
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Sexta-feira, 25 de Março de 2011
Quadros Collados
Quadros Collados
Pedras vieram de pedreiras,
Vítimas de tiros,
Estilhaçadas em blocos,
Sofreram retoques
Foram aparelhadas,
Em paredes montadas,
Paredes nuas, amarelecidas,
Cinzentas!
Felizmente que pinturas,
Em quadros imponentes,
Retratam populares figuras,
Que cobrem a nudez das pedras
Para ouvirem Poesia na Galeria Portuense,
E assim,
Quadros Collados nas paredes dependuradas,
E versos por poetas cantados,
Justificam a vinda à Galeria de Pintura, aos Sábados,
Para ouvir poesias
E ver as pedras despidas,
Mas cobertas com Collados pinturas
E felizes de assim se verem vestidas!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
(nota: feito durante a sessão se poesia, na Galeria Vieira Portuense,
dia 19/03/2011 e oferecido ao pintor González Collado)
FUNDIÇÃO DO AMOR
Muitas gotas d’àgua fazem chuva,
muitos grãos d’areia são desertos,
abraços e beijos fazem amores,
que ficam muito mais perto!
O amor tudo amarra,
quem o tem fica amarrado,
é navio, que não sai da barra,
que navega mesmo parado!
Amor é orvalho da manhã,
são raios do luar,
são beijos que o amor nos dá
de manhã até ao deitar!
O amor guia nossos passos,
para satisfazer de desejos,
de a alguém dar muitos beijos
e cair nos seus braços!
Mas o amor,
o amor real,
o perdido, o fatal,
o de doces gritos e ais,
é quando dois amores se unem
e se fundem, com amor,
em muitos mais!
Autor: Silvino Figueiredo
(o figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
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Quando saio por aí, encontramo-nos!
Eu podia ser um de vós,
podia ser tudo o que não sou
a caminho do que serei.
Quando saio por aí não levo espelho,
vejo mundo que do mundo ri
sem em seu olho ver chavelho!
Quando saiu por aí vejo quem sofre,
quem chora, quem ama!
vejo corpos ricos, mas pobres d’alma!
Quando ando por aí ver o mundo bem tento,
quase que de tudo já vi,
só me falta ver por dentro!
Autor ( figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Publicada por Galeria Vieira Portuense em 08:56
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Sou um pavão, gosto de me pavonear,
sei andar pelo chão, mas também sei voar!
Há quem me queira imitar,
mas belas penas não tem!
quando as quer mostrar
causa penas a alguém!
Eu não! Sou um belo pavão!
Quem não
que se reduza à sua pobre condição,
nunca me pode imitar!
Eu ando pelo chão,
mas também sei voar!
………….xxxxxxxx………..
(Inspirado num pavão do Palácio, no Porto)
Autor: Silvino Figueiredo
(o figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Publicada por Galeria Vieira Portuense em 08:51
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MORAR EM TI
No silêncio da tua ausência
tu estás sempre presente,
amor é doce demência
que invade a minha mente!
A mente guia o corpo
na busca d’amor eterno,
sem mente um corpo é morto,
sem amor é um enfermo!
Minha mente não está aqui,
mas, embora daqui ausente
está sempre a morar em ti!
Quando do encontro for hora,
parecerá que sempre em ti estive
e nunca de ti fora!
Autor: Silvino Figueiredo
(o figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Publicada por Galeria Vieira Portuense em 10:17
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Quinta-feira, 28 de Abril de 2011
PEDAÇOS DE NÓS
É neste rasgar de nós
Que em pedaços nos vamos rasgando,
Pedaços espalhados no tempo,
Que por nós vai passando!
Pedaços de nós! Pedaços duma redacção,
Que alguém em nós escreveu
E vão ficando espalhados pelo chão
Sem os ninguém ver;
Pedaços da nossa identidade,
dos nossos rasgados passos
A caminho da incerteza da verdade
Com indefinidos traços!
De tanto nos rasgar,
A todo o momento,
De tantos pedaços espalharmos!
Nunca aditaremos um livro da nossa vida
….. a tempo!
Ficarão só pedaços de nós,
Que andarão por aí
Arrastados por ventos,
Que lavarão nossa voz,
Correndo como rio em busca da foz!
Silvino Figueiredo
(o figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Publicada por Galeria Vieira Portuense
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