Sábado, 15 de Junho de 2013
AFAGO DE ESTRELAS Sobre ti afagos de estrelas! Brisa suave estacionada! De perfumes de jardins impregnada!
Raios de aurora no teu olhar! Luares que te iluminam, E em mim apenas desejos, eternos, -e ternos- Para que tua paisagem Não possa mudar; Desejos! Desejos! Mas, se por vezes me chamam de poeta, Tu, estando em minha companhia És toda a minha poesia! A outra, outra, A outra pode esperar! Eu só quero a tua, para a decorar E recitar com o meu olhar, Mas, o que acaba por acontecer, É que fico sem palavras E nem sei o que dizer, Porque, perdido nos teus afagos de estrelas, Envolto na suave brisa em ti estacionada, Iluminado pelo teu luar Não digo nada! Apenas deixo-me estar! ……………xxxxxxxx…………………. Autor deste original, inédito: Silvino Taveira Machado Figueiredo (o Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque) S. Pedro da Cova-Gondomar
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OS DAS FINANÇAS E SUAS CAGANÇAS!
O Povo dormia, em profunda letargia,
E só a um obedecia em seu quarto trancado,
Sem janelas para a luz!
Nas paredes apenas uma cruz,
Aquém na sua pobre lástima recorria
E na sua aflição também a Fátima,
Que apenas o ouvia!
Ao povo, de vez em quando davam circo,
Não pão, procurado no estrangeiro
O substituto do nacional casqueiro!
O povo dormia, em profunda letargia,
E ao “orgulhosamente só” obedecia,!
Mas, no seu sono profundo pesadelos da guerra;
O Povo, obrigado a atirar a matar
A quem queria do jugo se libertar
E ser senhor da sua terra!
Jogaram o jogo das sortes;
Nuns dia uns, outros noutros dias,
Mas no final muitas mortes
A todos a guerra fazia
Urgia solução;
Armas na mão e cravos no coração;
Cor de Sangue das almas!
Conquistou-se a Liberdade!
Mas, o inimigo nunca desarma;
Um Senhor nunca serve um escravo.
Passados estes anos,
Depois de longa trama,
Que resta das esperanças?
Se já não é um só que manda,
São uns poucos mais; os das finanças,
Que nos querem só dar circo,
Mas, se o povo tem muitas gargantas,
Não tarda, a uma só voz, a dar um grito:
-“Não. Não vamos por aí. A terra é nossa,
De quem nela mora, de quem a trabalha.
Não de quem de fora. Não de qualquer canalha.
O Povo não é tanso
Q Zé prefere estar de pé,
Não sentado em qualquer banco,
Que nos dá trambolhões
E nos custa milhões!
Não. Não vamos por aí!”
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
( Figas de Saint Pierre de Lá-buraque)
Gondomar
Desapareceu-me um amigo!
Alguém sabe onde está?
Ele andava por aí,
Falávamos sobre tudo,
Sobre nada do tudo que sobrava
Mas, sem ele nada é tudo o que sinto
Porém,
Ele anda por aí,
Talvez nas nuvens,
Talvez mais alto,
... Mas, certo é que
Nunca mais o vi,
Nem por longe nem por perto!
Que falta faz um amigo!
Eu tinha um,
Mas, agora perdido!
Agora, se não mais me aparecer,
Tenho que ser eu
A encontrar-me comigo
E continuar a viver!
Porém,
Se me virem sozinho a conversar,
É porque o encontrei
E com ele a falar!
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Autor: Silvino Figueiredo
Gondomar
TEIA DO AMOR
O amor, qual aranha,
Faz sua teia
Para caçar desprevenidos,
E, quando dão por ela,
Sem fazerem ideia
Estão em sua teia perdidos!
E, lentamente,
Por elos tão finos atados,
Perdem os sentidos
E em sua teia dizem que sim;
E no enfim;
Casados!
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Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Maio;
Mês da deusa Flora,
Sorriso da Natureza florida,
Dela o melhor arranjo e o melhor enfeite,
Sob suave brisa
Do ano a força de mais vida,
Viçosa, generosa e criativa,
Cheio de preces às virgens marias
Com flores de maio!
É no mês de maio
Em que tudo floresce,
Em que mais procuramos na vida,
Nesta quadra florida,
A flor do amor,
Que nosso amor à Natureza merece!
E na sua doce brisa,
Enviar flores quem não se esquece!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar
A NOÇÃO
A noção
Do que se passa à nossa volta,
A noção da nossa passividade,
O saber, volta não volta,
Que volta sempre a mesma verdade;
A que eu acho;
Que é sempre o mais fraco,
Que geme mais forte, até à morte
Quando por baixo!
Enquanto quem por cima,
Olhando o céu azul
Nem dá por nada
Que com seu peso tudo esmaga!
Só quando há um terramoto,
E toda a toda terra treme,
É que todo o mundo geme!
Enquanto não
Uns tremem de frio com o frio do norte!
Outros se aquecem com o calor do sul!
Eu acho;
Que geme mais forte quem está por debaixo,
Mas, sempre com a esperança, que o anima,
Que ao fim e ao cabo,
Haja um terramoto
Que o liberte de quem está por cima
E o ponha de lado!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar
CRAVOS EM FLORAÇÃO Quantos poemas, com cravos, Cortados do jardim da alegria, De ver o Povo livre da opressão! Muitos já se fizeram, Mas que resultados tiveram?
Quantos cravos foram cortados, Para serem mostrados por aí, na alegria da Revolução, na Esperança de Liberdade e Pão?
Cortaram-se demasiados cravos, Anos a fio, Mas descuidou-se seu alfobre! Hoje, deles o Povo está pobre!
Mas, se já não há cravos nos jardins, Para serem mostrados por aí, Então, é urgente que, (Para os dias de tristeza E de falta de pão que hão de vir) Cada um guarde uma semente dentro de si, Para que outra Revolução possa florir.
Já não se ouve Zeca Afonso Nem Adriano Correia de Oliveira. O Povo anda a ficar meio sonso! Será para a vida inteira?
Deixai os cravos germinar. O Povo não tem tido os governantes Que lhe é devido. Têm sido uns cravos bastardos!
É preciso fazer outro Abril, Outra Revolução. Com verdadeiros cravos, Em plena floração, Senão haverá falta de pão E fartura de corrupção!
Se calhar será preciso disparar. ……….xxxxxxxxxxx……………. Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo (figas de Saint Pierre de Lá-Buraque) Gondomar 23/04/2013 |
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DESCANSO DE OLHOS
Não me satisfaço no que escrevo!
Incapaz de entender o que não percebo!
Me aborreço quando sei e esqueço!
Me enojo ao pisar tanto tojo!
É dia! Descanso os olhos.
Que interessa a poesia?
Poema era eu quando só me encantava com o que via,
Nada escrevia e nada dizia.!
Ah! Esses tempos de criança!
Que saudades! Que pena!
Aí si, sem nada escrever,
Sem nada dizer, sem nada compreender,
Eu era para minha mãe um poema!
Agora, apetece-me descansar os olhos!
O Passado foi de esperança!
O Futuro é de escolhos!
Fazer poesia? Como?
Estou cansado! Descanso os olhos.
Só vejo que poesia rima com hipocrisia!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
Mãe; o maior bem!
Mãe,
De um bem
Que dentro de si vem,
Que dela é o maior bem,
Que mais tarde descobre que mãe
É o melhor amor que na vida se tem,
E que mesmo da vida desaparecendo
Vai-lhe dando vida
Numa saudade, em crescendo;
Tão forte!
Que de um bem de mãe
Chega-se a pensar que mãe nunca morre
E vive no amor da saudade que dela se tem!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar
POEMA ROTO, DUM CORPO
POR ONDE ENTRA UM ARCO-ÍRIS!
O tecido do tempo, que me cobre,
Está rompido
Pelo roçar das esquinas do tempo
Por ele passado;
Asperezas de esquinas de inverno,
Escaldões de verão
Insónias de luares
Excesso de doçuras primaveris!
No tecido, do tempo que me cobre
Há buracos por onde me entram estrelas,
Luares de lua cheia,
Brisas suaves e doces de mares!
Tecido velho,
Que há muito tempo me cobre!
Novo não há quem me deia,
E o velho me descobre!
Nele, rasgões de ilusões passadas,
Esperanças perdidas,
Nódoas nunca tiradas. Nunca saídas!
Porém, o maior rasgão que o tecido tem,
É por onde entra, no meu coração,
O arco-íris das cores que a vida tem;
Vantagem de tecido velho,
Que estando roto, pelo tempo,
Cobre menos por fora,
Mas mostra-me mais por dentro!
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar-PORTUGAL