Pai-Natal resgatado!
-Madrinha, não quero passar mais por aqui
-Porquê?
Olha para aquele Pai-Natal, ali, naquela árvore. Parece que está esganado!
-Não. São as pessoas, que contentes, põem o Pai-Natal cá fora, para outros verem a alegria que lhes vai por dentro!
-Mas, não era melhor que ele ficasse dentro de casa? Não, não quero mais passar por aqui. Coitado do Pai-Natal. As pessoas dentro de casa, mas o Pai-Natal, na rua! dependurado nas janelas, portas e até nas árvores! Este até parece que está esganado!
-Deixa lá. Nós não fazemos isso. Vamos. Vamos pra casa que tua mãe tem lá o Pai-Natal, bem agasalhado!
Quando teve a oportunidade, a madrinha do menino falou com os donos da casa, em frente à árvore, onde estava o Pai-Natal e pediu:
-Olhem. O meu afilhado diz que não quer passar mais por aqui, tem medo, porque não gosta de ver aquele Pai-Natal naquela árvore. Diz que está esganado.
As pessoas da casa foram compreensivas, porque realmente constataram o paradoxo da festa natalícia, que pretende ser quente de paz e amor, mas um dos seus símbolos dessa festa; o Pai-Natal, passar as noites fora, ao relento, a enregelar!
Quando , novamente, lá passou, o menino verificou que o Pai-Natal já não estava dependurado na árvore! Alguém, vindo da casa, saiu à rua e convidou o menino e sua madrinha a entrarem. O Pai-Natal, que tinha passado uns dias dependurado na árvore, estava agora mais bem parecido e com um olhar feliz, sorridente contente! Pediram desculpa ao menino, que feliz, depois continuou seu caminho, na companhia de sua madrinha, até casa de sua mãe.
Uma surpresa aguardava-o. Os donos da casa, que sabiam onde a mãe do menino morava, falaram sobre o que se tinha passado e combinaram a surpresa.
Assim, quando o menino chegou a casa, para surpresa sua, viu uma prenda junto à árvore de Natal, que sua mãe já tinha feito.
-É para mim? Perguntou o menino
-É.
-Quem trouxe?
-Está aí um bilhete. Lê.
-Ó mãe. Eu ainda não sei ler.
-Então eu leio.
“Para um lindo menino, que arranjou maneira de eu sair da árvore e ficar dentro duma casa. Ainda vou ver se te arranjo mais alguma coisa. Tu mereces. Pai Natal, resgatado.Obrigado”
Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo.
Gondomar.
. Costa: