ARDENDO
Subo
Subo e escrevo
Devagar
Devagaar devagaariiinho no azul do céu
Inocentemente
Mas logo estrelas me perguntam
Com voz forte
Quem és tu?
Minha voz
Tremelicando responde
Eu
Eu sou estrela cadente
Logo caio na terra
Novamente
Ardendo disfarçadamente
Tentando chegar ao céu
E agarrar-me às estralas
Firmemente
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
figarinao@sapo.pt
figas de saint pierre de lá-buraque
DR/SPA nº 15727
Gondomar-PORTUGAL
AUTO-ESTRADA
Lanço-me à escrita
Estrita do meu pensar
Outra coisa não podia ser
Porque por mim
Ninguém pode falar
Quando falo ou escrevo
Queria que fosse máquina de auto-estradas
Mas sinto-me quase só abro quelhas
Sem saídas
Que levam a nadas
A minha escrita
Atem-se à matéria estrita de abrir novos caminhos
Porque
Em abrindo novas pistas
Abrem-se novos destinos
Quando minha mãe
De novo se abriu e me pariu
Nasci para novos caminhos percorrer
Ninguém por mim os percorre
Ninguém por mim os vive
Ninguém por mim morre
Só eu por mim posso viver
Abrindo caminho
Para novo caminho nascer
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
figas de saint pierre de lá-buraque
figarinao@sapo.pt
DR/SPA nº 15727
Gondomar-PORTUGAL
A GRANDEZA DA IGNORÂNCIA
Quem sabe
Passa a vida
A aprender a grandeza da sua ignorância
Quem passa a vida sem nada querer saber
A Deus dá importância
E passa a vida a rezar
Para saber a "Verdade"
Sem mais querer saber!
Mas certo certo
É que todo o mundo
Pensando que tudo sabe
É do Universo analfabeto
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
figas de saint pierre de lá-buraque
figariano@sapo.pt
DR/SPA Nº 15727
Gondomar-PORTUGAL
CEGUINHO
Ai
Se não houvesse noite
Não se veriam as estrelas
Ai
Se não houvesse noite
Não Haveria luar
Ai
Se não houvesse noite
O dia não teria irmã
Ai Se não houvesse noite
Não Haveria aurora em cada manhã
A noite
Embora pareça contradição
Dá luz às estrelas
E ao luar clarão para corpos se amarem em paixão
Noite
Mesmo negra noite
É quando de dia
Não vejo olhos do meu amor por mim a brilhar
Então sim
Fica noite
Só noite
Tudo é escuridão
Sem aurora
Mesmo com estrelas a brilhar
Mesmo com lua e seu luar
Que me interessam no céu seus brilhos
Se não tiver a luz do meu amor a brilhar
Guiando-me em amorosos trilhos?
Amor
Tu sempre me cegas
Fico mesmo ceguinho
Quando teu olhar me negas
Então
O claro dia se transforma em trevas
E fico às cegas
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(figas de saint pierre de lá-buraque)
figariano@sapo.pt
DR/SPA nº 15727
Gondomar-PORTUGAL
NA BOLEIA DO SONHO
Alheio-me de que existo
Quase que não me sinto
Sou volátil no meu andar portátil
Serei ilha Continente ou rio corrente
Não sei
Em mim próprio não confio
Porque é verdade que
Homem forte se torna covarde
Há
Por aí
Muito estupor a fingir de bom Abade
Mas há muitos dez reis-de-boa-gente
Valentes
E que de si dão metade
Ninguém se faz
Nasce-se já feito
Eu não sei o que sou nem para onde vou
À minha frente vejo muitos caminhos
Sem sinais
Com o piso muito estragado
As boas estradas cobram portagem
Nos maus caminhos má é a viagem
Dá cabo do corpo
E da carruagem
Decido não viajar
Prefiro embarcar na boleia do sonho
Para a todo o lado chegar
Sem me cansarSem nada pagar
Um dia
Talvez
Hei-de chegar a saber
Qual o caminho a tomar antes de partir
Talvez
O que me irrita é ter de pagar
sem ter a certeza de lá chegar
Sem garantias
Do sonho não acordar
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
figas de saint pierre de lá-buraque
figariano@sapo.pt
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Gondomar-PORTUGAL
MEL JÁ FEITO BZZZZZ
Bzzzz.........Bzzzzzz
Bzzzzz.........Bzzzzzzzz
Horas e horas
A eito
Voa minha abelha de flor em flor
Mas que sorte
Ter encontrado mel já feito no favo do meu amor
Que bom
Mel e amor ter sempre pronto para comer e lamber
Bzzzzzz.....bzzzzzz
Todo o trabalho que tenho
No meu voar
É tentar minha abelha
Meu favo de mel e de amor guardar
Bzzzzzzzzz.........bzzzzzzzzzz
Bzzzzzzzzzzz.........bzzzzzzzzzz
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
figariano@sapo.pt
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Gondomar-PORT
AMÁLIA VOZ DE PORTUGAL
Camões cantou
Em cantos
Os descobrimentos
E a gesta portuguesa
Camões
Alma
Espírito
Poesia de Portugal
Em que nos revemos
Desde nossos tetra-avós
Mas
Se Camões é a alma nacional
Amália é de Portugal a voz
Calou-se Amália
Seu corpo foi-se
Mas Certo que ficou em nós seu eco
Na Alma de toda a terra
Que forma a grande Portugália
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Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo
figas de saint pierre de lá-buraque
figariano@sapo.pt
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