Entre linha do horizonte e o mar!
Sabes, sim tu sabes, Tu viste, Embora lá não estivesses. Eu estive lá, olhei o azul, Onde se funde com o horizonte! O mar estava calmo! Procurei-te, no teu barco de sonhos,
Onde, por vezes, skiávamos ilusões Ou vogávamos sobre salsas ondas! Lembras-te? Fiz a caminhada ao longo da praia, Do horizonte do infinito Trouxe-te para minha companhia, E, em cada passo dado, Tu, não estando presente Estavas a meu lado! É assim, a nossa mente; Sempre com espaço Para quem não está presente! Chamo a isso doce saudade. Eu fui. Tu não estavas lá, Mas encontrei-te, Exatamente na linha entre o céu e o mar, Lugar, onde sempre te posso encontrar! Até à próxima. Ofir é já ali. ……..xxxxxxxxx………….. Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque |
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O vento pincel
O vento; pincel
Que pinta, sonoridades no papel;
Em mares d’ondas suaves,
Onduladas por éolos
Que as traz até à fímbria das praias,
E, cada grão de areia,
Ondulando no papel
Beija-o,
Humedece-lhe sentimentos,
Que depois partem;
Em pinceladas de ventos,
Surfadas por continentes!
……….xxxxxxxxxx………….
Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Meu fado
Meu fado foi ter nascido
E muito tempo viver,
Muito caminho percorrido,
Mas foi caminho perdido
Muito tempo sem te ver!
Logo que te encontrei
Quase que parado fiquei!
Se na vida consegui andar
Foi porque a ti me agarrei!
E nos caminhos,
Por onde andamos,
Um ao outro encostados.
Outros pensam
E nós pensamos
Que somos sempre namorados
Desde no tempo nascidos!
Apenas só descontados
Os tempos perdidos!
…………..xxxxxxxxx…………………
Autor: Silvino figueiredo
(o figas de saint pierre de lá-buraque)
Gondomar
PUZZLE POÉTICO
A Natureza
tem muitos versos para se fazer um poema, para à vida dar alegria: pegue-se num bocado de deserto, nele coloque-se um oásis, uma montanha de verde, uma de neve, uma planície de verde, um jardim florido, um troço de rio, um braço de mar, aves a voar sobre uma seara, e, no final, uma criança com sorriso de esperança! Então, o poema ficará feito quando a seara a todos der pão! …………xxxxxxxx……………. Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo (Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque)
Gondomar |
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Porto sossegado, procura-se.
O sossego desassossegou-se E em mim instalou-se! Logo em mim, Que estava, tão sossegado Como barco vazio Fundeado em sereno lago! Logo que desassossego embarcado, Meu corpo, como navio, Começou a baloiçar Por mal estivado! Depois, meu barco, Do porto partido,
Andou a navegar Com o sossego desassossegado, No mar do meu país, Que devia ser para navegar, Sossegado, Mas não, meu país Está quase afundado, E eu, desassossegado, Com medo, De já não encontrar porto Onde possa desembarcar meu desassossego E voltar ao sossego, Fundeado num sereno lago. …………….xxxxxxxxxxxx……….. Autor: Silvino Taveira Machado Figueiredo Gondomar |
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O MEU MUSEU.
Em cada manhã,
Quando abro os olhos, Abro as portas do meu museu E logo entram visitantes, Vestidos de lembranças De várias paisagens! Lembranças de amigos Em convívios, por aí! Faço as honras da casa. Levo-os aos quartos das saudades De quem já não mora aqui! Ali uma fotografia, Um quadro, Um objeto, Tudo ali, ao perto! No auditório do meu museu, Em silêncio, Ouvimos, com alegria, Como ópera escrita Em alegre sinfonia, Lembranças de chegadas E de partidas! O nome da ópera é Saudade! Quando fecho o museu Fico só eu, até outro dia, E novamente me levanto Para passear no meu museu, Até que o céu atinja sua altura E seu poente! Até que eu que me deite E, depois, Alguém me levante numa foto, Com moldura,
Exposta no meu museu. A entrada é grátis. ……..xxxxxxxxx……….. Autor: Silvino Figueiredo |
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DESCARGA
Ando curvado,
Com excesso de peso de revolta,
De descontentamento pelos políticos,
De hipocrisia, da corrupção,
De abuso de poder,
De injustiça reinante, mas, atenção,
A carga não é minha,
Alguém tudo me carregou,
Em momentos de distração,
tudo de mau que tinha!
Quero que tudo descarreguem,
Que me aliviem,
Mal posso andar!
E se de mim fazem um burro
Ou cavalo,
Então tenho de escoucear!
É o que faço,
Não quero corda nem baraço!
Tirem-me tudo de cima.
Levem tudo!
Deixem-me ficar, apenas,
O que antes tinha:
Amor e paz,
O melhor que todo o Homem tem!
O melhor de tudo o que se faz!
Ando muito curvado!
Toca a descarregar!
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Autor:Silvino Figueiredo
Gondomar
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